quarta-feira, agosto 19, 2009

Claro, meu amor!

- Vamos lá. Era uma vez um casal apaixonado.
- Beleza.
- Eu vou fazer o homem, você faz a mulher, ok?
- Ok.
- Então vou começar.
- Tá.
- Amor, posso rasgar o seu clitóris para você nunca mais sentir prazer?
- Claro, mozinho. Deixa eu pegar a tesoura.
- Você não se importa?
- Claro que não!
- Então me dá aqui a tesoura.
- Toma. (BARULHO DE TESOURA CORTANDO)
- Pronto, amor. Agora você está prontinha para se casar comigo.
- Eu te amo querido.
- Eu também te amo, lindinha.
- E viveram felizes para sempre.
- Legal.

Às vezes sinto vontade de fazer amor

- Faça de conta que você é uma mulher.
- Hummm... Uma mulher...
- Sim. Uma mulher bem gostosa.
- Tá. Sou uma mulher bem gostosa.
- Isso. Você é uma mulher bem gostosa.
- Ok. Sou uma mulher bem gostosa.
- Exato. Você está numa sala de aula.
- Beleza. Aula de quê?
- Filosofia.
- Legal.
- Você está tentando prestar atenção na aula. Mas tem um cara te olhando sem parar.
- Ele é bonito?
- Não. É feio como o diabo. Careca e barrigudo.
- Ok.
- Então tá. Está visualizando?
- Sim.
- Beleza. Vai lá.
- Eu levanto da minha cadeira e...
- Carteira.
- Como?
- Você se levanta da carteira.
- Certo. Me levanto da minha carteira e vou até o careca barrigudo.
- Legal. O careca fica te olhando, apavorado.
- "Ô seu careca viado! Por acaso você pode parar de me olhar e me deixar prestar atenção na porcaria da aula?"
- "Como? Mas eu não estou fazendo nada, senhora..."
- "Senhora é a puta da tua mãe."
- "Desculpe... Eu não quis ofender..."
- "Vai se fuder, ô careca babaca!"
- "Desculpe..."
- Aí eu volto para a minha carteira e continuo a prestar atenção na porcaria da aula de filosofia.
- Beleza. Acho que já deu. Você pegou o espírito da coisa.
- Sim. Já me sinto uma mulher de verdade. Só que uma mulher de verdade não faria isso.
- Não faria mas teria muita vontade de fazer.
- Verdade.
- Legal! Então vamos ensaiar mais uma vez.
- Ok. Estou na minha carteira, prestando atenção na aula e...

"Ô CARECA!!! TU TÁ OLHANDO O QUÊ, SEU BABACA?!!!"

terça-feira, agosto 18, 2009

Amadurecer

- Como é? Está pronto para ensaiar?
- Estou pronto.
- Então vamos lá. Você está na beira do abismo, segurando uma faca. Você olha para a faca, que reflete o sol.
- Para quê a faca?
- Você quer se matar, esqueceu?
- Sim, mas o abismo está na minha frente. Não seria melhor me jogar? Isso não faz sentido.
- Com a faca é mais doloroso. Você está em dúvida.
- Estou em dúvida se quero sentir dor ou não?
- Exato.
- Não entendo. Como alguém pode querer sentir dor?
- A dor lhe dará a sensação de estar vivo, pelo menos uma única vez na vida, entende?
- Entendo. Vamos lá então. Estou olhando para a faca. Estou em dúvida se me jogo ou enfio a faca na barriga.
- Na barriga não. Você não quer sujar tudo.
- Estaria eu preocupado com a limpeza numa hora dessas?
- Claro. Que idéia.
- Ok então. Vamos lá. A faca está na minha barriga. Minhas tripas já estão para fora.
- Você é deprimente.
- Quero me sentir vivo antes de morrer.
- Mas o abismo não iria te matar...
- Como não?
- Ué! Por acaso não te lembras? Tu sabes voar.
- Verdade, eu tinha me esquecido. Mas agora minhas entranhas já estão abertas e as tripas estão saindo para fora.
- Agora é tarde, de fato. Uma pena.
- É. Será que ainda posso voar?
- Fique à vontade.
- Obrigado.

sexta-feira, agosto 07, 2009

téle-marquetingue

diálogo entre um operador da oi e rosinha (a moça que trabalha aqui em casa):

operador - "bom dia! estamos ligando para lhe oferecer uma promoção do oi velox!"

rosinha - (com aquele jeito nordestino debochado arrastado) "ô moço, pra mim dinossauro, extraterrestre e internet é a mesma coisa....."

operador - "obrigado minha senhora, tenha um bom dia..."