domingo, novembro 13, 2011

o mito da caverna

em 2003 escrevi um texto. no meio dele soltei uma frase que só agora fez o sentido completo:

"a realidade nos chega através dos sentidos. mas qual é a realidade sem os sentidos ?"

tenho pensando muito sobre isso. tenho feito terapia e lido filosofia. quando li sobre o mito da caverna de platão refleti sobre nossa educação e cultura e estou começando a fazer uns paralelos com a nossa vida.

vou começar aqui a explanar algumas sensações que tenho e a questionar a nossa realidade. o que é a realidade.

começaremos nossa viagem com o cinema.

no cinema vc entra em um clima. compra a pipoca. senta na cadeira. apagam as luzes. o som é espetacular. não existe nada a sua volta, somente o filme. durante as 2 horas mágicas dentro da penumbra do cinema esse filme foi, portanto, a nossa realidade. não é por acaso que na primeira vez que exibiram um filme em uma sala da frança em que um trem vinha na direção da câmera todos sairam correndo de dentro cinema.....

quando vemos um filme, vivemos esse filme.

quantas vezes você não saiu de um filme sem saber direito aonde estava? e ficou triste ou feliz por alguns minutos ou horas talvez? demorou um tempo para se recompor?
quando o filme acaba temos um impacto de transição de duas realidades.

é igual a quando acordamos de um sonho muito significativo. acordamos e ficamos um tempão sem saber o que era então a realidade..... que nem a história do monge que sonhou que era um borboleta e quando acordou não sabia se era uma borboleta sonhando que era um homem ou um homem sonhando que era uma borboleta....

qual seria então a realidade?

e se agora pensarmos que a nossa vida e nosso dia a dia e tudo o que está nela foi colocado de forma para nos empurrar e induzir para um filme ou para um sonho.

como se todos fossem os figurantes do filme. os predios e outdoors os cenarios influenciando o tempo todo nossos movimentos impulsos e desejos? e nesse filme quem seriam os diretores?

desde pequenos toda nossa educação, programas infantis, livros, jornais, revistas, historias em quadrinhos, toda nossa educação e cultura enfim! - tudo nos induziu a sermos o que somos hoje! a vivermos nesse filme que quem está dirigindo definitivamente não somos nós.
"....
desde pequenos fomos programados a receber o que vocês
nos empurraram com os enlatados dos USA de nove as seis.
desde pequenos nós comemos lixo, industrial comercial....."

estamos sendo induzidos a desejar algo? ou o nosso desejo é autentico? quem somos nós afinal?

quem não desejou aos 18 anos ter um carro? quem te disse que ele iria resolver todos os problemas da adolescencia?
liberdade! foi a palavra-chave usada para os diretores conquistarem os adolescentes que pegam onibus e querem um carro para poder viajar, namorar e sair por ai...

quem não desejou aos 20 e poucos anos morar sozinho?
liberdade! foi a palavra-chave usada para os diretores conquistarem os pós adolescentes que moram na casa dos pais e querem ter um vida só "sua"...

quem não desejou aos 30 e poucos anos morar na casa própria?
liberdade! foi a palavra-chave usada para os diretores conquistarem os adultos que já sairam das casas dos pais, moram de aluguel e não querem mais pagar aluguel porque estão fudidos de grana....

"porra se eu nao pagasse mais aluguel poderia financiar um carro zero!!" ai o individuo vai na caixa economica federal financia um apartamento em 360 meses, financia um carro em 60 meses.... financia a TV de led em 12 meses..... e vive o resto da sua vida sonhando com o dia em que ficará livre das dividas...

é o escravo que sonha que um dia será livre e para ser livre torna-se mais escravo. e vive preso a ilusão de que é livre! fantástico isso não é?

para termos a liberdade nesse mundo que criamos viramos escravos! escravos do banco, da linha de credito, de financiamentos, do trabalho, do patrão, escravos SIM!

olha que engraçado isso: - que antagônico! o monstro vende o sonho da liberdade, vc a compra, vende a sua alma e torna-se um escravo!


criamos um monstro. o frankstein tomou vida. e que monstro complexo! tão complexo quanto nós mesmos!

vivemos então para alimentar o monstro que criamos?

como vamos nos libertar disso????


(ps.:mais um vez estou falando da palavra liberdade será que isso que estou escrevendo também faz parte das artimanhas do monstro?)

Um comentário:

Pedro Kerouac disse...

Tá bom, comprei sua crise!